William
Simões, ex-dirigente do clube paraibano, e Francisco Nascimento, o Chicão,
foram absolvidos de acusação de manipulação de resultados no Paraibano de 2018
William Simões, presidente do Campinense — Foto: Silas Batista / GloboEsporte.com
Foi julgado nessa
terça-feira o primeiro processo oriundo da Operação Cartola, que investigou uma
suposta Organização Criminosa que teria manipulado resultados do futebol
paraibano em 2018. Foram absolvidos os réus
William Simões, ex-presidente do do Campinense, o ex-árbitro da Fifa, Francisco Nascimento, o Chicão, e o
massagista Danilo Corisco.
O juiz José
Cavalcanti Guedes Neto entendeu que não havia provas suficientes e irrefutáveis
juntadas pelo Ministério Público de que os réus faziam parte dessa organização
criminosa e que operavam para manipular resultados. O juízo considerou na sentença
que “é cediço que a condenação em processo crime exige prova insofismável,
estreme de dúvida, o que não se verifica nos autos. Assim, há que se julgar
improcedente a pretensão punitiva”.
Simões foi acusado
pelo Ministério Público da Paraíba e Polícia Civil de fazer parte de uma
Organização Criminosa que manipulava resultados no Campeonato Paraibano de
2018. Em sua sentença, José Cavalcanti Guedes Neto proferiu que não havia
provas que sustentassem a denúncia, visto que outros membros dessa suposta organização
eram de outros clubes, como o Botafogo-PB, com quem o Campinense decidiu o
título naquele ano.
Outra denúncia que
recaia sobre o dirigente era de ferir o Estatuto do Torcedor, por supostamente
prometer ou dar vantagem ao árbitro alagoano Francisco Nascimento, o Chicão. Em
uma interceptação telefônica, a Polícia Civil flagrou uma conversa em que
William e Danilo - o massagista que também era réu e que também foi absolvido -
conversam com o juiz que atuaria na partida de ida da decisão do campeonato entre
Campinense e Botafogo-PB.
Segundo o
Ministério Público, o teor da conversa não deixa claro a intenção de Simões de
tentar corromper o árbitro, a fim de manipular o resultado do primeiro jogo da
final. Em sua sentença, o juiz Guedes Neto compreende que pelos conjunto
indiciário não é possível concluir que foi “dada ou prometida vantagem
patrimonial ao árbitro”.
Diálogo que baseou
uma das denúncias do Ministério Público — Foto: Reprodução / GloboEsporte.com
Já sobre a
indicação de Renan Roberto para a apitar a segunda partida da decisão do
estadual feita pelo ex-presidente do Campinense a José Renato, ex-presidente da
Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB), o juízo
entendeu que a sugestão de um nome para arbitrar uma partida não se configura
crime, nem que há prova que essa indicação resultou em uma manipulação de
resultados.
Durante a
instrução, a defesa, patrocinada pelos advogados Rembrandt Asfora e George
Soares, sustentou a total ausência de provas, assim como o fato de que todas as
condutas realizadas e praticadas pelo ex-presidente eram baseadas no
regulamento da competição. Em contato com a reportagem do GloboEsporte.com, o advogado Rembrandt Asfora comemorou
a sentença.
- Entendemos como
acertada a decisão judicial, já que, na ótica da defesa, e todas as testemunhas
comprovaram a nossa tese. Não houve, definitivamente, qualquer crime praticado
por William Simões - comentou.
Os outros dois réus
desse processo, que é um dos três que são oriundos da Operação Cartola, também
foram absolvidos em primeira instância. Chicão, que foi denunciado por
supostamente pedir ou aceitar vantagem indevida, foi absolvido também por falta
de provas. No decorrer do processo, inclusive, o Ministério Público rogou pela
absolvição do juiz, após ter sido convencido pelas provas apresentadas pela
defesa do árbitro.
Danilo Corisco,
massagista que prestava serviços para clubes de futebol em Campina Grande e
para a Federação Paraibana de Futebol (FPF), acusado de ser um dos agentes a
corromper o árbitro Chicão também foi absolvido por falta de provas. Ainda cabe
recurso do Ministério Público da Paraíba para o Tribunal de Justiça.
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